João Lagos e o Estoril Open - Entrevista

29-04-2010 16:12

Da revista semanal Golden News Cascais, destacamos e transcrevemos os pontos seguintes : Toda a minha vida desportiva foi vivida de uma forma amadora. Não havia profissionalismo. Gastava o pouco dinheiro que tinha para jogar ténis.Naquele tempo, quanto mais longe se ia, quanto mais campeonatos se ganhavam, mais dispendiosa era a conta. Não havia prize-money como hoje. A especialização no ténis dá-se quando completei os meus 18 anos. Sagrei-me campeão nacional 2 anos mais tarde. Na época havia poucos courts de ténis e os que existiam funcionavam em clubes. Mas apesar do material ser caro - as raquetes e as bolas eram importadas e naquele tempo os impostos alfandegários eram dispendiosos - o elitismo tinha mais a ver com a pequena dimensão dos clubes. Um clube com três courts não podia receber 3 mil sócios, o que o limitava a um pequeno número de pessoas. Houve sem dúvida uma evolução desse cenário. Hoje qualquer pessoa pode jogar. Ninguém lhe pergunta de onde vem, se é rico, se é pobre. Não há qualquer tipo de restrição.

O Estoril Open evoluiu. Ainda há poucas semanas fomos considerados pela Ténis Magazine, a maior revista (americana) de ténis do mundo, um dos 10 torneios melhores a nível mundial.Tirando os quatro torneios do Grand Slam, um mundo à parte.Somos um dos 10 e mais significativos e importantes do mundo que devem ser visitados tal é a excelência da sua organização e isto apesar das suas insuficiências que temos ao nível das infra-estruturas. É com certeza muito mais difícil montar este evento do que um Roland Garros ou um Wimbledon, apesar de serem muito maiores, mas têm uma infra-estrutura pronta à espera deles. Nós temos que montar tudo. É um trabalho contínuo de um mês e três semanas, durante 20 horas por dia.É um desperdício de tempo e de custos que se não fossem gastos desta forma seriam de outra mais rentável. O Estoril Open custa, em números redondos, cinco milhões de euros todos os anos. O grande objectivo é a nova infra-estrutura. Já lá vão 21 edições do Estoril Open. O sitio ideal seria no Jamor pela habituação do público ao local, entre Cascais e Lisboa, com bons acessos principais. A vontade existe. Agora é uma questão técnica e de custos.Reclamamos um estádio que nos proteja das intempéries com um tecto de abrir e fechar. Estamos com isto a garantir o que é mais importante, propagar o desporto, o país e a região atrvés dos média. Mostrar ao mundo que somos capazes de organizar um torneio deste mundo.

Para além de Roger Federer e Nikolay Davydenko, destaco Ivan Lubjicic um dos jogadores mais em forma do momento e que derrotou recentemente Nadal e Djokovic. No que respeita ao torneio WTA, vão passar por aqui grandes nomes na sua caminhada para o topo. Este ano temos aqui uma consagrada - Na Li. A primeira jogadora chinesa a fazer parte do Top 10, que já foi finalista do Estoril Open. Uma heroína da China. E note-se que neste sentido, vamos ter imagens de Portugal na China para biliões de pessoas. É uma força mediática tremenda ao nosso Estoril Open. O mesmo acontece no Japão, graças à presença de Kimiko Date uma grande tenista japonesa. Ou seja, com a realização do Estoril Open promovo o desporto do meu país, crio condições para os nossos atletas singrarem nas suas carreiras profissionais. Um serviço prestado aos 10 milhões de portugueses.

 

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