Nos bastidores com Marat Safin

Porque paraste de jogar?

Um dos motivos porque parei foi a falta de amigos no circuito. Desde há una anos para cá o circuito mudou muito, não conheces quase as personagens, vais treinar com o Murray ou o Djokovic e dentro do court estão lá dez tipos que não conheces. Outro dos motivos foi a vontade de ficar em casa e parar de viajar tanto. Depois comecei a jogar mal, não conseguia correr mais durante três horas e estar outras tantas pelos compromissos de patrocínio. Estava cansado. Isso para não falar da terra batida, onde apanhava jogadores o Gaudio, Monaco, Chela... em que tens de passar horas no court para os vencer. Isso era um martírio para mim. Outra coisa importante foi perceber que eu tinha vida do lado de fora do court. Convidaram-me para ser da direcção do comité olímpico russo e ser o chefe do ténis do meu país. Na semana que vem, começo a trabalhar nisso. Não tenho muita vontade de treinar, nem para os jogos de veteranos. Para falar verdade parti todas as minhas raquetes e deixei uma em casa para o caso de ter de aparecer em alguma foto com ela na mão. Depois percebi que não podia ter apenas uma e foi uma correria para pedir ao meu patrocinador as raquetes de novo. Mas se olharem bem, elas estão lindas, intocáveis, sem nenhum arranhão ainda. As pessoas pensam que porque eu era bravo e maluco no court, vou sê-lo também num cargo tão importante. Nada disso, vou construir. Vou fazer acontecer. Estou muito motivado.