Margarida MOURA (CT Porto) |
Margarida Moura - A Entrevista
- Desde que idade jogas ténis?
Jogo desde os 10 anos. Comecei no CTP, onde estive cerca de 3 e meio; no último ano de sub-14, comecei a treinar com o António Ramos e com a minha irmã, Inês Moura.
- A partir de quando, é que realmente percebeste que querias fazer do ténis a tua vida?
Há cerca de 2 anos. Apesar de ter começado relativamente tarde, tinha qualidades físicas que me permitiram evoluir rápido. E foi algo natural. Percebi que queria ser profissional.
É verdade que esta decisão coincidiu com o ter começado a treinar com o Coi e com a Inês, porque eles conseguem compreender-me e é mais fácil a comunicação. Claro que tenho que agradecer ao Nuno por tudo o que fez por mim.
Para além disso, o ir para torneios com a minha irmã também ajudou nessa decisão.
- Quais são os momentos que destacas como mais felizes?
A vitória que me permitiu entrar no ranking WTA. Foi em Montemor-o-Novo, frente a Alla Aleksandrova.
E, naturalmente, o meu primeiro torneio ganho J - 19º Torneio Mike Davis, no Boavista, contra a Catarina Vilela.
- Falando da época que está a acabar, integraste o ranking WTA. Para ti foi a melhor época, ou foi apenas o culminar do trabalho que tens feito?
Não tinha como objectivo para este ano integrar este ranking. Na verdade, no inicio do ano, tinha como programação os torneios ITF de Sub-18. Mas, como não tinha classificação não entrava em nenhum, ao contrário dos $10’000. Alterou-se tudo e sinto-me muito bem neste circuito.
Foi, sem dúvida, o culminar do trabalho que tenho feito e espero melhorar cada vez mais.
Este circuito está cada vez mais duro, mas eu sinto que ainda tenho muito para evoluir e tenho tempo.
- Quantas horas treinas diariamente? E a escola?
No ano passado comecei a treinar duas vezes por dia. Apesar de depender muito da altura da época, treino cerca de 6h por dia (treino de campo e físico), mas há sempre mais alguma coisa a fazer, como treino mental, relatórios de jogos e analises, etc.
Em relação à escola, estou no ensino nocturno. Com o actual sistema de ensino, tem que se arranjar soluções para quem quer ser profissional de qualquer desporto.
- Há algum torneio que queiras muito jogar e tens alguma jogadora preferida?
O meu Grand Slam preferido é, sem dúvida, o US Open (o Austrália tem muitos bichos J). O meu piso preferido, com um ambiente que me parece espectacular.
A minha jogadora preferida é a Serena Williams. Apesar de algumas loucuras, gosto do tipo de jogo e da maneira como enfrenta a adversaria.
- Quais as maiores dificuldades que tens sentido para seguires o teu sonho?
A parte financeira é, sem dúvida, a minha maior dificuldade, porque a minha família não tem grandes possibilidades. Contudo, têm feito de tudo para me ajudar, sobretudo a minha irmã e mãe. Até agora tenho conseguido cumprir sempre o meu calendário competitivo.
O CAR veio ajudar, mas não é suficiente. Não tenho conseguido arranjar qualquer patrocínio (nem de material) e, às vezes, é frustrante.
Além disso, o clube onde treino não tem grandes condições para alto rendimento, sobretudo porque não tem campo coberto. Contudo, como represento o CTP consigo treinar lá quando chove. Desde já agradeço à direcção do CTP essa ajuda.
- O que gostas de fazer nos teus tempos livres?
Gosto de ir ao cinema, ir às compras e ouvir musica (ando sempre com os meus phones J).
7 de Janeiro de 2010