Lenta renovação no circuito ATP

20-07-2013 10:04

Responda rapidamente: quantos tenistas com menos de 20 anos figuram entre os top 200 do ranking? Ou ainda: quantos são os que ainda não completaram 22 e aparecem entre os 100 primeiros?

Perguntas simples com respostas um tanto desanimadoras, que deixam claro que a renovação do tênis masculino de hoje tende a ser bem mais lenta do que a maioria de nós gostaria.

Pois vejam. Não existe absolutamente nenhum tenista com menos de 20 entre os 200 primeiros do ranking. No momento, o talento mais precoce é do australiano Nick Kyrgios, de 18, que aparece no 213º posto. Pouco atrás, estão o francês Lucas Pouille (248º) e Dominic Thiem (268º), ambos com 19. O mais novo entre os 500 do ranking é o italiano Gianluigi Quinzi, campeão da Gerdau e de Wimbledon, que é 403º entre os profissionais aos 17.

A segunda pergunta nos mostra que apenas quatro jogadores com menos de 22 anos surgem entre os 100 melhores, e apenas um deles – Bernard Tomic – está agora entre os 50 primeiros. Os outros têm ficado ora dentro, ora fora do top 100, como Jack Sock, Jiri Vesely e Denis Kudla. Curiosamente, todos esses quatro têm hoje 20 anos e estão mais bem classificados que os destaques da turma dos 21, como Ryan Harrison (132º), Jack Duckworth (164º) ou Gustavo Andreozzi (182º).

Portanto, gênios precoces como Rafael Nadal, que ganhou seu primeiro Grand Slam aos 18, ou Roger Federer, número 1 do mundo aos 22, parecem bem distantes no momento atual do tenis.

E isso talvez explique a alta média de idade dos 10 primeiros do mundo, que neste momento é de 27,6 anos, mas que em dois meses chegará a 27,9 quando três deles fizerem aniversário. O mais jovem é o argentino Juan Martin del Potro, que está perto de completar 25, e dois deles já são ‘trintões’ (David Ferrer e Roger Federer).

Se olharmos o top 20, a média cai um pouco, mas ainda acima fica na casa dos 26,4, com apenas dois nomes na faixa dos 22 (Milos Raonic e Jerzy Janowicz) e outro nos 23 (Kei Nishikori). Ao somarmos todos os 20 primeiros, a média continua consideravelmente alta, com exatos 27 anos.

Tantos números levam a duas constatações importantes: a carreira dos tenistas está ficando mais longa, certamente em função das novas metodologias de preparação e recuperação físicas, bem como os jogadores de elite estão conseguindo manter-se por mais tempo no topo, cerceando as aventuras da nova geração. Ou seja, nunca a experiência pareceu tão valiosa.

Para o tênis brasileiro, vale observar que o cearense Thiago Monteiro, que tem dado um pequeno salto de qualidade, é o terceiro mais bem pontuado no ATP entre os que têm 19 anos e o quarto se considerados todos os ‘teens’. Já o gaúcho Guilherme Clezar é o sétimo na concorrida faixa dos 20 anos. O outro jogador nacional a aparecer com algum destaque é o paulista Bruno Sant’Anna, que ocupa o 50º lugar num hipotético ranking dos tenistas de até 21 anos.

 

Por José Nilton Dalcim

in Blog do Tênis

 

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