Roland Garros 2013 :: Os oitavos de final femininos

02-06-2013 17:45

Chega ao fim a primeira semana de Roland Garros, e os oitavos de final estão definidos. Serena Williams continua favorita absoluta, Maria Sharapova não passou por nenhum susto, e Victoria Azarenka segue viva no torneio. É hora, então, de fazer aquela pausa, avaliar quem já surpreendeu e quem ainda parece ter fôlego (e tênis, claro) para prosseguir.

 

 

[1] Serena Williams x Roberta Vinci [15] - 6/1, 6/3

A norte-americana Serena Williams continua enchendo o court. Neste domingo, a número 1 do mundo conquistou sua 28ª vitoria consecutiva e alcançou os quartos de final em Roland Garros ao derrotar a italiana Roberta Vinci, cabeça de série número 15, em dois sets, com parciais de 6/1 e 6/3, em apenas 70 minutos de jogo.

Nenhuma surpresa aqui, certo? A americana perdeu seis dez em quatro jogos, o que dá uma média de pouco mais de um jogo por set. Proporcional, eu diria, a seu favoritismo no torneio. Roberta Vinci, cabeça de série 15, só fez confirmar a sua posição no quadro. Nos dois últimos jogos, necessitou de três sets mas chegou até onde podia chegar.

Svetlana Kuznetsova x Angelique Kerber [8] - 6/4, 4/6 e 6/3

Capaz de vitórias espetaculares e derrotas decepcionantes, Kuznetsova era a tenista mais forte de sua parte do quadro, especialmente porque Caroline Wozniacki atravessa péssimo momento. Não é nada espantoso ver o seu nome nos quartos de final. Kerber, cabeça de série 8, também vinha de bons torneios em Stuttgart e Madrid mas hoje foi impotente para travar Svetlana.

[4] Agnieszka Radwanska x Ana Ivanovic [14]

Número 4 do mundo, a agora loiríssima Radwanska chegou às oitavas sem sobressaltos. Ainda que no seu quadro não tenha sido das mais difíceis (bateu Peer, Burdette e Pfizenmaier), nenhuma de suas adversárias venceu mais de quatro jogos num set. Ivanovic também só confirmou o favoritismo. A sérvia, aliás, só perdeu para duas tenistas nos seus torneios recentes em terra batida: Sharapova (Stuttgart e Madrid) e Radwanska, a Urszula (Roma). Pode parecer absurdo apostar contra uma campeã de Roland Garros, mas Agnieszka leva uma tremenda vantagem em confrontos diretos com Ivanovic: 7 a 3, com seis vitórias nos últimos seis duelos (dois deles, em terra). Ivanovic, aliás, não vence um set á polaca desde 2009.

[20] Carla Suárez Navarro x Sara Errani [5]

Quando Nadia Petrova tombou diante de Monica Puig no primeiro dia do torneio, Suárez Navarro
viu-se na posição de favorita para chegar aos oitavos e não fraquejou. Fez o seu dever, nada difícil de casa, bateu Halep, Rogers e Puig, e pronto. Errani, até agora, vem sendo a vice-campeã que joga como vice-campeã. Perdeu nove jogos nos triunfos sobre Rus, Putintseva e Lisicki. A alemã, dona do serviço mais forte do torneio, fez um mísero ace e confirmou o serviço só três vezes. Pelo ranking, pelo tênis apresentado e até pelo histórico (5 a 2), Errani é favorita aqui.

Bethanie Mattek-Sands x Maria Kirilenko [12]

Talvez não seja a maior, mas Mattek-Sands deve ser a surpresa mais agradável do quadro feminino até agora. Numa chave na qual muitos nem imaginavam vê-la depois da primeira ronda, a americana, que chegou a estar fora do top 200 (!) no inicio deste ano, eliminou uma especialista em terra batida (Dominguez Lino), uma campeã de Roland Garros (Na Li) e uma tenista que não perdia há dez jogos (Ormaechea). Enquanto isso, Kirilenko faz uma campanha discreta, mas sem perder sets. Fora dos holofotes, normalmente reservados a Serena, Vika e Sharapova, a bela russa pode muito bem estar prestes a alcançar seu melhor resultado em singulares na capital francesa. Basta confirmar o favoritismo contra Mattek-Sands. Como se fosse fácil…

Francesca Schiavone x Victoria Azarenka [3]

Nunca subestime um campeão de Grand Slam, diz o ditado. Nem sei, é bem verdade, se é um ditado. Em todo caso, deveria ser. E neste caso, aplica-se perfeitamente a Francesca Schiavone, que chegou a Paris com uma série de três derrotas. Quando entrou em court, a campeã de Roland Garros em 2010 encontrou algo perdido o seu jogo. Passou por Czink na estreia, depois virou um jogo complicado contra Flipkens, cabeça 21, e por fim eliminou Bartoli, queridinha da casa, perdendo apenas três jogos. E que ninguém duvide da veterana de 32 anos contra Victoria Azarenka, ainda que Vika tenha cometido dez duplas faltas no seu último jogo, contra Cornet.

Jamie Hampton x Jelena Jankovic [18]

Aqui, sim, a maior supresa dos oitavos de final. Jamie Hampton, que vinha de campanhas nada animadoras (derrotas nas estreias em Charleston e Madrid, além de uma derrota diante de Oudin, em Roma), aproveitou o ritmo conquistado em Bruxelas na semana anterior a Roland Garros e eliminou Safarova, Schmiedlova e, por fim, Petra Kvitova. E enquanto a americana surpreendia, Jankovic pegou um quadro nada fácil e avançou. Saiu de um 0/5 no segundo set contra Hantuchova, com direito a seis set points salvos, passou bem por Muguruza e venceu Stosur em três sets. A australiana, vice-campeã do torneio em 2010 era a principal cabeça de série neste setor, mas seu histórico contra Jankovic não é dos melhores. A consistência da sérvia costuma prevalecer, como aconteceu neste sábado. A ex-número 1, claro, é favorita contra Hampton.

[17] Sloane Stephens x Maria Sharapova [2]

Olha ela aí de novo. Depois de uma fase péssima após a inesperada meia final no Australian Open, Stephens reencontrou-se na terra batida. E, com um pouco de sorte, chegou aos oitavos em Paris sem precisar defrontar Dominika Cibulkova, que seria a maior ameaça na zona do quadro. Em vez disso, passou por Knapp, King e Erakovic, confirmando seu favoritismo. Agora, joga contra Sharapova, que tirando o deslize deste sábado, quando deixou Zheng abrir 4/1 no segundo set, foi muito competente. No duelo com Stephens, espero Sharapova com cara fechada desde o começo, sem deixar a americana respirar. Não que eu espere algo muito diferente nos seus outros jogos, mas o mundo do tênis sabe ver a diferença na motivação de Sharapova em alguns jogos, digamos, especiais.

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