Schiavone ganha batalha de 4H43' e salva 6 mp

23-01-2011 10:13

 

Melbourne (Austrália) - O melhor jogo do Aberto da Austrália até aqui aconteceu nesta madrugada. E foi válido pela chave feminina. Em 4h40 de batalha, Svetlana Kuznetsova, 26ª colocada do ranking, e Francesca Schiavone, sétima, fizeram valer o ingresso dos torcedores que lotaram a Hisense Arena. Ao final, melhor para a italiana, que salvou seis match points para vencer por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 1/6 e 16/14.

Schiavone, que saiu de um 0-40 e de um 0-15 com o serviço na mão no fim do terceiro set, tenta agora se recuperar a tempo da maratona de olho nas quartas de final. Nas dez tentativas anteriores, a italiana jamais havia passado das oitavas em Melbourne, onde enfrenta a dinamarquesa Caroline Wozniacki buscando ir ainda mais longe. No confronto direto, a vantagem da número 1 do mundo é mínima: 3 a 2, com empate por 2 a 2 sobre pisos sintéticos.

Com 4h43, o jogo se tornou o mais longo da história dos Grand Slams, ultrapassando por 24 minutos o encontro disputado em 2010 pela primeira rodada do próprio Aberto da Austrália, em que a tcheca Barbora Strycova venceu a russa Regina Kulikova por 7/6 (7-5), 6/7 (8-10) e 6/3. A partida feminina mais demorada de todos os tempos aconteceu em Richmond em 1984, quando a norte-americana Vicki Nelson levou 6h31 para aplicar 6/4 e 7/6 (13-11) sobre a compatriota Jean Hepner.

O jogo - Após dois primeiros sets de altos e baixos, as jogadoras apresentam o seu melhor tênis em uma espetacular terceira parcial com duração de inacreditáveis 3h. Houve espaço para um pouco de tudo: winners de forehand, de backhand, slices, subidas à rede e deixadinhas.

Depois de trocarem duas quebras de saque no início do set, ninguém mais parecia que teria o serviço derrubado. Não que tenha faltado chances para isso. No 13º game, Kuznetsova conseguiu um triplo match point, mas viu Schiavone ganhar cinco pontos seguidos com bons saques e muita agressividade – no 15-40, por exemplo, acertou um lindo winner de direita.

Cheia de confiança, a italiana imediatamente colecionou três break points seguidos, porém então foi a hora de Kuznetsova brilhar. Indo para cima, a russa se salvou de forma incrível especialmente no 30-40: encaixou um belo bate-pronto, mas a italiana chegou a tempo e só não ganhou o ponto porque tocou com o pé na rede antes de fazer o winner, em decisão do árbitro que gerou polêmica.

Confirmado o serviço, a russa teve mais três match points à disposição, dois deles seguidos, porém não conseguiu vencer. No ponto mais emocionante, ela encaixou um bom voleio no pé de Schiavone, contudo levou um belo lob – a disputa ainda seguiu até Kuznetsova errar junto à rede.

Aparentando cansaço, Kuznetsova não resistiria na sequência. Sacou muito bem em desvantagem de 15-30, mas errou duas bolas fáceis na sequência: um voleio e uma direita. Fim de partida? Ainda não, porque de forma incrível Schiavone desperdiçou uma vantagem de 30-0 e saque. Na verdade, foi a russa que jogou demais, ganhando quatro pontos seguidos, o último após uma sequência de voleios.

A ex-número dois do mundo, no entanto, mostrava-se irregular. Logo se viria em desvantagem de 0-30 quando sofreu uma grande deixadinha de Schiavone. Após perder os dois primeiros break points, a italiana tinha novamente a chance de sacar para fechar. Mas ela vacilaria de novo: começou mal o game, com um erro de backhand, e depois perderia devido a três winners da rival: 9/9.

A partida maluca finalmente voltaria a ter um pouco de normalidade na sequência, com ambas confirmando o serviço sem muitos problemas. Esse panorama se manteve até o 29º game, quando uma passada de backhand com muita categoria levou Schiavone ao break point: ela erraria uma devolução, mas converteria a chance seguinte com um voleio espetacular no limite da linha.

Após nova parada para descanso, a italiana de 30 anos sacou para ir às quartas de final pela terceira vez. Finalmente, o seu sofrimento chegaria ao fim. Ela começou mal, vendo a agressiva rival obter um 0-30, mas, paciente, ganhou dois pontos em longas trocas de bolas e depois foi à rede para chegar a seu primeiro match point.

Kuznetsova, indo para o tudo ou nada, fechou a porta com um fortíssimo forehand. Na sequência, a italiana arriscou duas combinações de saque e voleio seguidas, mas só se deu bem na primeira. Um erro de direita da russa, porém, deu o terceiro ponto da partida para Schiavone, que finalmente abriu um largo sorriso e levantou os braços ao fazer um voleio vencedor: àquela altura, ela sabia que havia escrito o seu nome na história do tênis.

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